domingo, 30 de junho de 2013

Estatística - câncer de próstata


Prevenção e tratamento - Câncer de próstata


 
A próstata é uma glândula masculina localizada na parte baixa do abdômen. Tem a forma de maçã e situa-se logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada.

Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco do câncer. Especialistas recomendam pelo menos 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar.

Homens a partir dos 50 anos devem procurar um posto de saúde para realizar exames de rotina. Os sintomas mais comuns do tumor são a dificuldade de urinar, frequência urinária alterada ou diminuição da força do jato da urina, dentre outros. Quem tem histórico familiar da doença deve avisar o médico, que indicará os exames necessários.

O toque retal é o teste mais utilizado, apesar de suas limitações: somente a porção posterior e lateral da próstata pode ser palpada. É recomendável fazer o exame PSA (antígeno prostático específico, na sigla em inglês), que pode identificar o aumento de uma proteína produzida pela próstata, o que seria um indício da doença.





Para um diagnóstico preciso, é necessário analisar parte do tecido da glândula, obtida pela biópsia da próstata.

Caso a doença seja comprovada, o médico pode indicar radioterapia, cirurgia ou até tratamento hormonal. Para doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento escolhido é a terapia hormonal. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um.
 

Câncer de próstata



     
         Próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que produz e armazena parte do fluido seminal. Câncer de próstata é o tumor mais comum em homens acima de 50 anos. Os fatores de risco incluem idade avançada (acima de 50 anos), histórico familiar da doença, fatores hormonais e ambientais e certos hábitos alimentares (dieta rica em gorduras e pobre em verduras, vegetais e frutas), sedentarismo e excesso de peso.

Os negros constituem um grupo de maior risco para desenvolver a doença.

Sintomas

A maioria dos cânceres de próstata cresce lentamente e não causa sintomas. Tumores em estágio mais avançado podem ocasionar dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga e hematúria (presença de sangue na urina).

Dor óssea, principalmente na região das costas, devido à presença de metástases, é sinal de que a doença evoluiu para um grau de maior gravidade.

Diagnóstico


 
O câncer de próstata pode ser diagnosticado por meio de exame físico (toque retal) e laboratorial (dosagem do PSA). Caso sejam constatados aumento da glândula ou PSA alterado, deve ser realizada uma biópsia para averiguar a presença de um tumor e se ele é maligno. Se for, o paciente precisa ser submetido a outros exames laboratoriais para se determinar seu tamanho e a presença ou não de metástases.
 
 
 
 
 
 
 
 

Recomendações

* Homens sem risco maior de desenvolver câncer de próstata devem começar a fazer os exames preventivos aos 50 anos;

* Descendentes de negros ou homens com parentes de primeiro grau portadores de câncer de próstata antes dos 65 anos apresentam risco mais elevado de desenvolver a doença; portanto, devem começar a fazer os exames aos 45 anos;


* Pessoas com familiares portadores de câncer de próstata diagnosticado antes dos 65 anos apresentam risco muito alto de desenvolver a doença; por isso, devem começar o acompanhamento médico e laboratorial aos 40 anos;

* Homens com níveis de PSA abaixo de 2,5 ng/mL devem repetir o exame a cada 2 anos; já aqueles com PSA acima desse valor devem fazer o exame anualmente;

* Resultados de PSA e toque retal alterados são relativamente comuns, mas podem gerar muita angústia, apesar de não serem suficientes para estabelecer o diagnóstico de câncer de próstata; para confirmá-lo é indispensável dar prosseguimento a uma avaliação médica detalhada e criteriosa;

* Optar por uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são recomendações importantes para prevenir a doença.


sábado, 29 de junho de 2013

Prevenção do câncer de colo uterino


 
 
A prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de colo do útero foi um dos maiores sucessos da Oncologia do século 20.

A coleta periódica de material do colo para análise das células, exame conhecido como Papanicolaou, tornou a doença acontecimento raro entre as mulheres com acesso ao exame. No Brasil e em outros países com deficiências graves no sistema de saúde, no entanto, a mortalidade por esse tipo de câncer associado à infecção pelo papilomavírus (HPV) ainda é inaceitavelmente elevada.

O impacto do exame de Papanicolaou foi tão decisivo que as mulheres foram aconselhadas a repeti-lo anualmente, desde o início da vida sexual até a idade mais avançada. Entretanto, em novembro de 2009, essas diretrizes foram modificadas pelo American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG).

Mudanças como essas ocorrem com certa frequência, resultado das estatísticas que analisam os benefícios do “screening” (diminuição da morbidade e da mortalidade) e os problemas causados por ele (exames adicionais, testes confirmatórios, custos, ansiedade e diagnósticos de significado impreciso).

A primeira alteração importante foi a de iniciar os exames citológicos apenas aos 21 anos de idade.




As evidências para retardar a realização do Papanicolaou são claras. Embora o câncer de colo seja raro antes dessa idade, as alterações citológicas são comuns, achados que podem levar a tratamentos agressivos e desnecessários.

Por exemplo, a lesão mais encontrada nessa faixa etária é a neoplasia intraepitelial cervical grau 1 (NIC 1), considerada uma manifestação da infecção aguda pelo papilomavírus (HPV), ocorrência passageira, que não precisa ser tratada.

As mesmas lesões, quando atingem o grau 2 (NIC 2), podem ser apenas acompanhadas, já que a maioria regride espontaneamente. Até as mais raras e agressivas (NIC 3) podem ser seguidas por muito tempo, uma vez que geralmente persistem por mais de uma década, antes de adquirir características francamente malignas.

Lesões pré-malignas como essas costumam ser retiradas cirurgicamente, por meio de procedimentos associados a complicações nas gestações futuras, como partos prematuros e recém-nascidos de baixo peso.

A segunda alteração questiona a conveniência dos exames anuais, recomendação adotada durante décadas. Segundo a ACOG, mulheres de 21 a 29 anos devem ser testadas apenas a cada 2 anos. Daí em diante, aquelas que apresentaram três exames negativos consecutivos, podem realizá-los a cada 3 anos, porque a possibilidade de desenvolver a doença se torna cada vez mais remota, à medida que os resultados negativos se repetem.

A terceira alteração das diretrizes anteriores está relacionada com a idade em que os exames preventivos podem ser encerrados: 65 a 70 anos, nas mulheres que tiveram três exames negativos consecutivos e nenhum resultado anormal nos últimos 10 anos.

Persistem ainda algumas áreas de incerteza. A vacinação das meninas contra o HPV reduzirá a necessidade de exames citológicos? Mulheres com mais de 65 anos, mas com diversos parceiros sexuais podem parar de fazer exames?

Praticar sexo seguro (com camisinha) também diminui o risco de contrair HPV e outras doenças sexualmente transmissíveis. A infecção por HPV causa verrugas genitais. Elas podem ser muito difíceis de enxergar ou ter vários centímetros. Se uma mulher achar verrugas nos genitais do seu parceiro, ela deve evitar relação sexual com essa pessoa.

Para diminuir ainda mais o risco de câncer de colo do útero, as mulheres devem limitar a quantidade de parceiros sexuais e evitar parceiros que participam de atividades sexuais de alto risco.

Realizar exames de Papanicolau periodicamente ajuda a detectar as alterações pré-cancerosas que podem ser tratadas antes de se transformarem em um câncer de colo do útero. Os exames de Papanicolau são eficazes em detectar essas alterações, mas eles devem ser feitos com frequência. Exames pélvicos anuais, incluindo o Papanicolau, devem começar a ser feitos quando a mulher se torna sexualmente ativa ou a partir dos 20 anos em mulheres que não são sexualmente ativas. Se alterações anormais forem constatadas, uma colposcopia com biópsia deve ser realizada.




Fonte:
Armstrong C. ACIP Releases Recommendations on Quadrivalent Human Papillomavirus Vaccine. Am Fam Physician. May 1, 2007;75(9);1391-1380.

Kahn JA. HPV vaccination for the prevention of cervical intraepithelial neoplasia. N Engl J Med. 2009 Jul 16;361(3):271-8.



Câncer de Colo de Útero

        Câncer de colo de útero, também conhecido por câncer cervical, é uma doença de evolução lenta que acomete, sobretudo, mulheres acima dos 25 anos. O principal agente da enfermidade é papilomavírus humano (HPV), que pode infectar também os homens e estar associado ao surgimento do câncer de pênis.
 


        Antes de tornar-se maligno, o que leva alguns anos, o tumor passa por uma fase de pré-malignidade, denominada NIC (neoplasiaintraepitelial cervical), que pode ser classificadaem graus I, II, III e IV de acordo com a gravidade do caso.

        Embora sua incidência esteja diminuindo, o câncer de colo de útero ainda está entre as enfermidades que mais atingem as mulheres e levam a óbito no Brasil.

        Felizmente, as estatísticas estão mostrando que 44% dos casos diagnosticados no País são de lesão in situ precursora do câncer, que ainda está restrita ao colo e não desenvolveu características de malignidade. Nessa fase, a doença pode ser curada na quase totalidade dos casos.

 Tipos de tumor


Os dois tipos mais frequentes de tumor maligno de colo de útero estão associados à infecção pelo HPV. São eles: os carcinomas epidemoides (80% dos casos) e os adenocarcinomas (20% dos casos).
 




Fatores de risco


A infecção pelo HPV, responsável pelo aparecimento das verrugas genitais, representa o fator de maior risco para o surgimento do câncer de colo de útero. Apesar de existir mais de uma centena de subtipos diferentes desse vírus, somente alguns estão associados ao câncer de colo uterino. São classificados como de alto risco os subtipos 16, 18, 45, 56; de baixo risco, os subtipos 6,11,41,42 e 44 e de risco intermediário, os subtipos 31, 33, 35, 51 e 52.

Podem ser citados, ainda, como fatores de risco:


1) início precoce da atividade sexual;

2) múltiplos parceiros sexuais ou parceiros com vida sexual promíscua;

3) baixa da imunidade;

4) cigarro;

5) más condições de higiene.


Sintomas

Nas fases iniciais, o câncer de colo de útero é assintomático. Quando os sintomas aparecem, os mais importantes são: 1) sangramento vaginal especialmente depois das relações sexuais, no intervalo entre as menstruações ou após a menopausa; 2) corrimento vaginal (leucorreia) de cor escura e com mau cheiro.

Nos estágios mais avançados da doença, outros sinais podem aparecer. Entre eles, vale destacar: 1) massa palpável no colo de útero; 2) hemorragias; 3) obstrução das vias urinárias e intestinos; 4) dores lombares e abdominais; 5) perda de apetite e de peso.

Diagnóstico


A avaliação ginecológica, a colposcopia e o exame citopatológico de Papanicolaou realizados regular e periodicamente são recursos essenciais para o diagnóstico do câncer de colo de útero. Na fase assintomática da enfermidade, o rastreamento realizado por meio do Papanicolaou permite detectar a existência de alterações celulares características da infecção pelo HPV ou a existência de lesões pré-malignas.
 

O diagnóstico definitivo, porém, depende do resultado da biópsia. Nos casos em que há sinais de malignidade, além de identificar o subtipo do vírus infectante, é preciso definir o tamanho do tumor, se está situado somente no colo uterino ou já invadiu outros órgãos e tecidos (presença de metástases). Alguns exames de imagem (tomografia, ressonância magnética, RX de tórax) representam recursos importantes nesse sentido.


Exames e testes

As alterações pré-cancerosas no colo do útero (cérvix) e o
câncer de colo do útero não podem ser vistos a olho nu. Exames e ferramentas especiais são necessários para identificar essas condições.


Biopsia cervical (do colo do útero)

Os exames de
Papanicolaou identificam pré-câncer e câncer, mas não fornecem o diagnóstico final. Se alterações anormais forem identificadas, o colo do útero geralmente é examinado com ampliação de imagem. Isso é chamado de colposcopia. Pedaços do tecido são removidos cirurgicamente (biópsia) durante esse procedimento e enviados a um laboratório para exames.


Em uma biópsia cervical por punção, o colo do útero pode ser tingido com uma solução de iodo para melhorar a visibilidade de anormalidades. Em seguida, são recolhidas amostras dessas áreas de tecido para exame.



Outros testes possíveis:


· Curetagem endocervical (CEC) para examinar a abertura do colo do útero

· Biópsia em cone


Se a mulher for diagnosticada com câncer de colo do útero (ou cervical), o médico solicitará mais exames para determinar a extensão do câncer. Isso é chamado estadiamento. Possíveis testes:


·
Tomografia computadorizada

· Cistoscopia

·
Ressonância magnética

·
Radiografia do tórax

· Pielograma intravenoso (PIV)



Prevenção


A prevenção do câncer de colo de útero está diretamente associada ao esclarecimento e avanço educacional da população a respeito dos fatores de risco e de como evitá-los. Dada a importância do diagnóstico precoce, as mulheres precisam ser permanentemente orientadas sobre a necessidade de consultar o ginecologista e fazer o exame de Papanicolaou nas datas previstas, como forma de identificar possíveis lesões ainda na fase de pré-malignidade.

No entanto, a vacinação das meninas nos primeiros anos de vida contra o HPV continua sendo medida preventiva bastante eficaz, apesar de não proteger contra todos os subtipos do vírus.


Vacinas


Existem duas marcas de vacinas aprovadas para prevenir a infecção por determinados subtipos do HPV, alguns deles responsáveis pela maioria dos casos de câncer de colo uterino.

A vacinação é recomendada para meninas ainda na infância, em três doses, antes do início da atividade sexual. No entanto, como ainda não há vacinas contra todos os subtipos do vírus, que são muitos, mulheres já vacinadas devem continuar fazendo o exame preventivo de rastreamento, o Papanicolaou, que é oferecido também pelo SUS nas Unidades Básicas de Saúde.

Uma nova vacina para prevenir o câncer de colo do útero já está disponível. Em junho de 2006, a FDA (U.S. Food and Drug Administration) aprovou a vacina Gardasil, que previne contra a infecção de dois tipos de HPV responsáveis pela maioria dos casos de
câncer de colo do útero. Estudos mostram que a vacina parece evitar o câncer de colo do útero em estágio inicial e as lesões pré-cancerosas. O Gardasil é a primeira vacina aprovada específica para prevenir contra um tipo de câncer.

Mitos e verdades sobre o câncer


Processo de carcinogênese

            
 
            As células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a parte mais externa; o citoplasma (o corpo da célula); e o núcleo, que contêm os cromossomas, que, por sua vez, são compostos de genes. Os genes são arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no organismo. Toda a informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido desoxirribonucleico (DNA). É através do DNA que os cromossomas passam as informações para o funcionamento da célula.
 
 


          Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. É o que chamamos mutação genética. As células cujo material genético foi alterado passam a receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas.



           O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de câncer, em geral se dá lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível. Esse processo passa por vários estágios antes de chegar ao tumor. São eles:



· Estágio de iniciação

 
É o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes. Nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. Encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio.



· Estágio de promoção

 É o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição excessiva e prolongada a hormônios são exemplos de fatores que promovem a transformação de células iniciadas em malignas


· Estágio de progressão

 É o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença.
Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese.
 



MINISTÉRIO DA SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. COORDENAÇÃO NACIONAL DE CONTROLE DE TABAGISMO - CONTAPP. "Falando Sobre Câncer e Seus Fatores de Risco". Rio de Janeiro, 1996.